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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Minha querida Margarida...


« Quando amamos alguém não perdemos só a cabeça, perdemos também o nosso coração. Ele salta para fora do nosso peito e depois, quando volta já não é o mesmo, é outro, com cicatrizes novas. E outras vezes não volta. Fica do outro lado da vida, na vida de quem não quis ficar ao nosso lado»

Margarida Rebelo Pinto


Como eu entendo o que Ela escreve. Apaixonada é como a vejo. Alguém que escreve de forma tão realista e forte não pode ter só passado pela vida...viveu-a de verdade.

Sinto por vezes que Ela escreve sobre mim... sobre mim e milhares de outras mulheres.

Ultimamente sinto-me deprimida, não do tipo de desistir e acabar com a vida, nada disso.

Deprimida do tipo...insatisfeita. E tudo se resume à minha vida profissional e amorosa.

Ando nesta vida de ser «mão-de-obra» barata à demasiado tempo e isso já começou a influenciar a minha vida pessoal, trabalho tanto como todos os outros, dou a cara pela minha estrela e promoção que é bom...zero!!!

Por outro lado ando desiludida com o meu coração.

Tanto que só me apetece fechar-me dentro de um armário e deitar fora a chave.

Por vezes acho que sou demasiado exigente mas depois ponho-me a pensar e chego à conclusão que não sou...

Afinal no amor não pode haver vacilos. Ou se ama incondicionalmente ou nem vale a pena.

Essa sou eu; a mulher que ama sem condicionantes de forma desenfreada.

Aquela história antiga do «tudo é muito bonito no início» não é para mim...

O querer agradar, mimar, animar, partilhar para mim é sempre feito da mesma maneira, sem olhar a meios para que a pessoa que está a meu lado seja feliz e dessa forma fazer-me feliz também.

Então porque não hei-de eu querer que alguém me ame da mesma forma???

Sentirmos que alguém nos mima só quando vê a hipótese de nos perder muito perto, magoa!

Percebermos que afinal não somos nem mais nem menos que uma simples companhia e que tudo não passa de uma amizade com sexo faz mossa no nosso coração, porque afinal só um ama...

Não quero sentir nada disto!

Sinto que tenho que ser amada como sempre sonhei!!!

Acho que sou uma excelente amante, amiga, namorada... sim porque ultimamente, o namorada vem no fim e que mereço que alguém me ame tão loucamente que tenha necessidade de me cativar todos dias, de me surpreender, de me mimar sem me ter como garantida, porque isso é uma das coisas que rebenta com as relações...pensarmos que aquela pessoa jamais nos deixa.

Quero que o meu mais que tudo sinta a minha falta, tenha saudades minhas ainda que estejamos perto, que tenha necessidade de me tocar mesmo que só por segundos, que me olhe nos olhos e perceba exactamente o que quero dizer e que só ao olhar para mim consiga decifrar os meus enigmas.

Afinal a cumplicidade entre um casal deve ser de outra forma?

Ou deve cada um tomar decisões por si sem interrogar o companheiro com uam pergunta tão simples como: o que achas?

Desde que conheci o progenitor da minha flor que tenho vindo a estudar os comportamentos e atitudes do ser humano e cheguei à conclusão que as relações não acabam por falta de amor mas sim por falta de respeito.

Casais competem entre si quando deviam unir-se contra as ameaças externas...

Ao minímo problema separam-se sem colocar todas as hipóteses de resolução em cima da mesa.

Mas onde está o conceito e valor do compromisso a que se dispõem os apaixonados em questão?

Estará o mundo tão voltado do avesso que relações começam e acabam num piscar de olhos?

Serei eu tão retrógada que ainda penso que o casamento/relação é algo tão valioso como a própria vida?

Gostava de ver estas perguntas respondidas.